segunda-feira, 23 de março de 2015

Renato,
quero que você se encontre nas palavras que puder deixar aqui, quero que você não precise de uma permissão para se perder em tudo, tudo o que existe dentro de ti. Aqui não tem certo, não tem errado, não tem quem te prenda. Aqui é permitido sofrer numa memória distante, mesmo sabendo que o que mais importa é o agora. Aqui é permitido eternizar um momento bom, é permitido ser triste, miserável, AQUI VOCÊ É O QUE VOCÊ SENTIR QUE PRECISA, AQUI VOCÊ É O INSTANTE DE UMA EMOÇÃO QUE DOIS SEGUNDOS DEPOIS NÃO FARÁ MAIS PARTE DE TI, NEM DA SUA PERSONALIDADE. aqui você pode ser quem, o que, como você quiser
e se não quiser ser nada, pode também.
Eu amo você, te dou todo o apoio, todo o suporte
eu vou adorar dividir contigo aquilo que antes eu não dividia nem comigo.
esse é o nosso jeito de estar presente
no presente que é nosso
VOCÊ PRECISA ESCUTAR O QUE VOCÊ QUER DIZER
e eu quero ouvir isso também
quadrilhões de beijos
CAMEL com amor
as vezes eu caminho ocultando os passos que deixo
mas nunca me escondo
é como se eu estivesse lá
sem nunca ter ido

você mente e eu
finjo que acredito
com meus pés na sua boca
e minha língua na tua nuca
escorre o que é líquido
pulsa o sólido
num ódio contido
em um gemido terno
que só acaba
que só
acaba

camel um bocado triste

domingo, 22 de março de 2015

O existencialismo dói mais do que tudo isso

Renato
Não é que eu não gosto de companhia
só não suporto ter que me acostumar novamente com a solidão
quando elas partem


camel

segunda-feira, 9 de março de 2015

O que ninguém entende é que eu não quero viver. Eu não quero olhar no espelho e sorrir. Não quero sentir a felicidade. Quantas vezes estive perto da felicidade e ela apareceu como uma montanha de solidão no meio do deserto?
Eu não quero sentir frio na barriga.
Eu quero sentir a tristeza, a imensa dor de estar sozinha.
Eu quero sentir meus pés gelados no inverno. Quero ficar na chuva ouvindo Jeff Buckley e meu cigarro me esquentar na noite de sábado, porque estarei sozinha.
Sozinha com a lua. Eu quero sentir a morte.

quinta-feira, 5 de março de 2015

I dancing with the moon

Uma voz suave me hipnotiza o suficiente para que eu entre em outro mundo. Uma voz, que faz eu me sentir, não em meio às horas vagas que me cercam, pensamentos sujos e impuros que me excitam. E sim, uma voz que faz eu me sentir no meu verdadeiro lugar. Voz que vez ou outra aparece com a solidão. Mas que me faz dançar. Eu danço com a lua. Danço de um lado para o outro - movimentos repetitivos. Me sinto leve. Me sinto eu. Girando e girando. Deixando a mente se libertar. Cores e luzes que passam. Movimentos aos poucos revelados. Continuo dançando e sentindo a ardência de ser livre. Entre as cores e luzes se vêem reflexos, os meus reflexos através do vidro de um carro. O carro parte. Outros carros passam. Hoje andando pela cidade me vejo nessa voz, me vejo tanto nas palavras que soam aos meus ouvidos que começo a me perder nela. Tudo está calmo. Vitrines, letreiros e pessoas de todos os tipos, idades, etnias. Detalhes de pássaros que voam, carros que passam, pés que caminham, roupas de verão, pessoas que se apressam, conversam, falam ao telefone, sorriem, pensam, sonham... Tudo está delicadamente mergulhado, suave e translúcido. Emoldurados, formariam um quadro. A cidade parecia um quadro. Depois a brisa amainou. E tudo que sobra são minhas lembranças inconsoláveis, feitas de pedra e sombra.


R

domingo, 1 de março de 2015

Coração-Sorriso

Talvez sejamos a ausência
Ou a presença do sorriso.

Talvez sejamos a guerra
Ou a destruição dentro de nós.

R