terça-feira, 3 de novembro de 2015

outrém

Ando duas quadras pra cima da minha casa,
ainda não quero voltar
acendo um cigarro
tento puxar o máximo de fumaça que meu pulmão aguenta
fazia três dias que eu não fumava
três dias perdidos
Penso no meu namorado
namorado
que palavra esquisita
eu que nunca me dobrei à títulos
eu que nunca reverenciei o amor
numa palavra tão
juvenil
mas que agora
pensava nele
e só nele
mas com que sentimento?
nem eu sabia
cuspi um pouco de catarro
subi um pouco mais a ladeira da minha casa
parei de pensar nos títulos
olhei o nada sem respirar
20 anos, era o que eu tinha nas costas
as palavras eram as mesmas
eu ainda lamentava pelos mesmos eventos
ora veja, eu ainda via o mundo como uma camilla
e nunca veria o mundo com outros olhos
isso era o que me deixava puta
se existia um deus
DEUS, eu dizia, QUERIA VER COM OUTROS OLHOS
poder sentir como uma Teodora, quem sabe
como um Martin
sorrir como um Angelo
amar como ama um Vítor
mas eu só sentia como Camilla
e isso não era bom
o laborioso e decrépito destino humano
minha carne é só e só ela responde dessa forma, vê assim
não tenho mais a mesma vitalidade
se um dia a tive
mas de uma coisa eu sei,
não tenho em mim
o recomeço
não, o recomeço não tem mais os seus frutos
ele já não desabrocha mais
20 anos e já parti.

K

sábado, 4 de julho de 2015

A punição do ser

A irrelevância do meu bem estar
A graça em que foi concebida
não anseio (almejo) mais
enfatizo o que ainda não foi mudado

A luz que estava aquecendo sumiu diante a espreita da escuridão
Não me via mais
Não ouvia
Não conseguia gritar
Não conseguia pedir o socorro que era preciso
Por conta do enfraquecimento momentâneo,
a mucosidade das minhas pregas vocais já não estava mais indo a meu favor.

Tento acalmar minhas pinceladas amargas
Aprecio a deterioração da fugacidade do devir
A exposição
O gemido da alma
A negação da remoção
O drama da vaidade

O ápice de seu brilho que atravessa o cinza diluído na minha pele
Me sinto corrompida
Me choco contra a oscilação nauseante
Murmúrios que acoam em mim

Procurei me ausentar, ausentar do instante
Pausar o tempo que me absorvia
O mundo não é estável, nada é fixo
Minhas adaptações atenuantes


R.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Fenecendo o existencialismo

Fenecendo o existencialismo, de maneira desconfiada
As questões de outra vida, passada ou inacabada
Questionamentos ponderados, expostos ao acaso
Me vejo sussurrando nas entrelinhas

Jardim da lua, mundo abutre-das-montanhas
das mais belas, estranhas
Conjugue os oceanos de forma corrida
das águas mais claras às inibidas
Me mostre os seus eus, encontre os meus eus


R.

domingo, 21 de junho de 2015

Nós em Nós

Vez ou outra, parte de mim é Camilla
outras vezes Camel ou
as vezes, só Freitas.

Quando parte de mim é Freitas
isso se caracteriza em uma junção
extremamente sensível
porque vejo e sinto
o que a parte de outra pessoa está pintando

A pintura que estabelece
uma estrutura delicada e forte
Estrutura que essa se aplica
na vida do Ser o Sentir
de ambas as fases solitárias do Nós

Parte de mim que flutua
com a mente sã do real e enigmático
existencialismo

Parte de mim que se questiona
da verdade gélida e imprópria,
parte de mim essa, que é Camilla

Situações em busca de um Nexo
mas com fins de Entretanto
o Mas que finaliza frases
e o fim que não é ouvido
por poluir os ouvidos
com desinformações
que masturbariam sua felicidade
de forma bruta

Palavras presas
em forma de desenho
colados atrás da porta
escondendo
seu livre, dizer do estar, esteve
Parte de mim essa, que é Camel


R

quinta-feira, 18 de junho de 2015

O oposto do contrário inverso em nossos sonhos‏

Uma verdadeira névoa se aproxima inesperadamente. Pensamentos involuntários tomam conta de uma vida. Os passos largos te golpeiam como uma navalha, suas dores no estomago se junta ao câncer mental, a procrastinação social. Os questionamentos se aprofundam no núcleo do labirinto extremo da persistência importuna... to be continued


R.

Don't speak‏

I cannot breathe, I cannot sleep tonight
I cannot hide what’s on my mind
I cannot live inside my mind.

My mind taunts me
My mind... it’s like it cannot separate what’s real and what just lives deep inside of me
I feel like waterfall.


R.

Seren(idade)‏

As pedras que batem no plástico duro
Na mesa
Em cima da madeira
De frente as caras
As bocas que falam
As almas que dilatam
Meus olhos que diluem
A forma da existência
O pesar da vivência
A nudez da tua pele
A indiferença da tua face

Os nomes que são ditos
As palavras que diferem
A invalidez inacabada
A observação que não é vista
A ingratidão que fere e mata

Os pensamentos involuntários
As pessoas que somem
Os suspiros que não voltam
As partidas comemoradas
Calma, brisa mansa
Beira ácida


R.